Em 1989 a Campcom lançava o jogo que estabelecia o gênero beat’em up nos videogames: o aclamado Final Fight. Inicialmente apresentado como uma continuação do primeiro Street Fighter, acabou sendo lançado como um jogo independente e com nome próprio, tornando-se rapidamente uma sensação nos arcades. Em 1990 foi portado e lançado junto com o Super Famicom no Japão e no ano seguinte chegou ao Super Nintendo nos EUA.
A ausência de uma versão para o Mega Drive – que já era conhecido por seus ports de jogos de arcade – deixou a Sega mordida e o Mega Drive, mesmo tendo bons jogos como Golden Axe e Altered Beast, sentia a falta de um beat’em up com uma temática mais moderna e urbana, como Final Fight. Foi então que a Sega do Japão decidiu agir e criar a sua própria franquia, que em pouco tempo se tornaria tão conhecida e aclamada quanto a da Campcom: Streets of Rage, que chegava às lojas nos EUA em 31 de Dezembro de 1990.
Fortemente inspirado – e em alguns momentos até um pouco chupinhado – em Final Fight, Streets of Rage se apresentava como um legítimo beat’em up, e aproveitando-se das baixas sofridas pelo mesmo ao ser portado para o SNES, esfregava na cara da Nintendo e da Capcom o seu modo 2-players e seus 3 personagens jogáveis, além dos cenários bonitos e sua inspiradíssima trilha sonora, criada pelo mestre Yuzo Koshiro. É claro que para comportar tudo isso foi preciso abrir mão de sprites maiores e animações mais elaboradas, mas mesmo assim o jogo não deixava a desejar. Ainda arrisco a dizer que este jogo é uma das mais belas e precisas definições de pixelart.
A história era simples, inspirada nos filmes de ação da década de 80: Axel, Blaze e Adam são 3 (muito) jovens ex-policiais que decidem desertar e se unir a outros dissidentes para destruir o sindicato do crime que havia tomado conta da cidade e corrompido todas as instituições e autoridades locais. Tudo isso se passa em apenas uma noite, ao longo de 8 fases ambientadas em lugares diferentes da cidade, até chegar à sala do chefe no quartel-general do sindicato. E é neste momento que entra em cena uma das maiores inovações e possívelmente o grande diferencial de SoR: o chefão faz uma proposta indecente aos jogadores e dependendo da resposta dos mesmos, altera-se o final do jogo. Mr. X oferece aos heróis a possibilidade de mudar de lado e se tornar seu braço direito; caso os dois jogadores respondam ‘sim’ eles são mandados de volta para a sexta fase e tem que chegar ao chefe novamente (o mesmo ocorre em modo 1-player). Já se um dos dois responder ‘sim’ e o outro ‘não’, os dois devem lutar até a morte e o vencedor receberá uma nova proposta que se recusada, o mesmo deverá lutar com o chefão até que o vença para então tornar-se o novo chefe do sindicato do crime, sendo este o Bad Ending. Caso os 2 players recusem a proposta incial, deverão derrotar o chefe juntos e chegar ao Good Ending.
Eu só vim a conhecer o jogo em 1993, com apenas 7 anos, e se não me engano pelas mãos de uma vizinha, a Dayana, que me apresentou um jogo que ela chamava de Briga de Rua, que foi como eu passei a me referir a esse jogo por um bom tempo até aprender o nome correto. Eu não preciso nem dizer que fiquei maravilhado e mesmerizado com ele, nunca tinha visto NADA parecido, só conhecia até aquele momento os joguinhos de plataforma como Sonic, Castle of Illusion e Quackshot e foi amor a primeira porrada. Nunca vou esquecer o impacto que me causaram aqueles movimentos de agarrar o inimigo, virar por cima dele e arremessá-lo em seguida e os sons deliciosos dos murros e chutes que acertávamos nos inimigos.
Mas eu ainda não fazia idéia do que viria em seguida…….
Com o sucesso de Streets of Rage,1 ano depois a Sega resolveu quebrar a banca, lançando a magnífica sequência: Streets of Rage 2 – levando o que já era bom à perfeição e apresentando um jogo que – pelo menos pra mim – definiu o gênero beat’em up. Com um redesign completo dos personagens, gráficos melhorados, sprites enormes que saltavsm aos olhos e uma trilha sonora tão boa quanto a anterior composta pelo mesmo Yuzo Koshiro, SoR 2 se tornou um clássico instantâneo.
O jogo apresenta 2 novos personagens jogáveis: Eddie “Skate” Hunter, irmão mais novo de Adam (que foi sequestrado pelo sindicato) e Max Thunder, um lutador profissional e amigo de Axel que se junta a ele e Blaze para ajudar a resgatar Adam e derrotar novamente Mr. X e seu sindicato que voltaram para se vingar, 1 ano após os acontecimentos do primeiro jogo. A aventura se passa novamente em 8 fases que agora são muito maiores, mais complexas e com mudanças de cenários e músicas. Os heróis não contam mais com a ajuda da polícia no botão A, mas sim com golpes especiais que consomem um pouco da barra de energia ao serem usados e com novos movimentos através da combinação de botões de ação. Além disso, os inimigos agora possuem nomes e barras de energia próprias. O último chefão é novamente Mr. x, desta vez precedido pelo sub-chefe Shiva e não há mais o bad ending.
Streets of Rage 2 é um dos meus jogos preferidos de todos os tempos e um dos que mais joguei na vida. Não me lembro ao certo quando foi a primeira vez que joguei, porém sei que foi uma experiência arrebatadora pois nunca mais parei de jogá-lo e desde que posso me lembrar este jogo está presente na minha vida. 27 anos se passaram desde seu lançamento e continua sendo um jogo relevante e influente, um verdadeiro marco não só nos anos 1990 mas em toda a história dos videogames.
E foi por esses motivos que eu iniciei meu canal do youtube com estes 2 jogos incríveis. São dois jogos que marcaram a minha vida profundamente e ajudaram a moldar o meu caráter!
Então não deixe de conferir aqui embaixo as minhas jogatinas!
Em 1996 a Nintendo estava entrando de cabeça na 5a geração de consoles com o Nintendo 64, que vinha ao mundo com muito hype em . . .
Em novembro de 1995 chegava aos cinemas o filme Goldeneye 007, o primeiro da franquia depois de um hiato de 6 anos e com . . .